Sendo uma das maiores empresas estabelecidas na zona do Carregado e no concelho de Alenquer, a 40 kms de Lisboa, a MCG desempenha um papel ativo e preocupado com a situação económica e social em seu redor.
Representando a Câmara Municipal de Alenquer, Paulo Franco dá-nos a visão do Município relativamente à importância crescente de organizações como a MCG na região.
Revista M: Enquanto agente de dinamização económico-social, em que medida considera importantes para o concelho empresas como a MCG?
A existência de empresas como a MCG em qualquer território deve ser encarada como de enorme relevância e com elevado impacto no desenvolvimento do mesmo.
Enquanto vereador da Câmara Municipal de Alenquer, e tendo a área da economia na minha responsabilidade, é com enorme orgulho ter sediada a empresa MCG no nosso concelho.
Pelo impacto positivo que tem no garantir emprego a centenas de famílias, contribuindo deste modo muito positivamente para a fixação de pessoas, nomeadamente jovens, no concelho, como também pela elevada capacidade tecnológica que incorpora nos seus projetos, tornando-a uma referência a nível nacional e internacional.
A MCG é também uma enorme referência do sector industrial do concelho de Alenquer e do cluster da indústria de componentes automóvel que existe na região.
Revista M: Que tipo de parcerias estão ainda por estabelecer entre o Município e empresas como a MCG?
O Município tem encarado com um propósito muito claro a necessidade de estabelecer pontes de contacto com o tecido empresarial local. Se pretendemos ter um território forte, competitivo, capaz de fixar pessoas e atrair outras, é fundamental dispor de empresas fortes, com forte componente de exportação, capazes de criar riqueza.
Esta tem sido a nossa preocupação, muito alicerçada também em tudo aquilo que os responsáveis das nossas empresas nos foram transmitindo.
O Município pode hoje dizer que é parceiro, de uma forma concreta e objetiva, do seu sector empresarial no que diz respeito ao apoio a investimentos que venham a ser concretizados no concelho.
Temos um regulamento para este tipo de apoio ao dispor das empresas. Julgo que a criação do Conselho Estratégico Empresarial é também um excelente tónico, simbolizando a preocupação de continuar a ser parceiro das nossas empresas, a estar mais próximo do nosso tecido empresarial.
Respondendo à questão colocada, julgo existir um conjunto de assuntos e temas que necessitam de ser resolvidos e onde o município pode, efetivamente, apoiar numa forma mais ou menos direta no encontrar das respetivas soluções. E neste propósito estamos a construir esta solução em conjunto.
As reuniões que foram retomadas no pós-pandemia com um conjunto de empresas com maior impacto no território serão seguramente um bom mecanismo para reforçar a parceria entre o município e as empresas.
Revista M: Qual é a grande prioridade do Município de Alenquer neste momento no que diz respeito a emprego no concelho?
A grande prioridade do município de Alenquer em relação à empregabilidade é apostar na Formação Técnico-Profissional. Aliás, como prova desta intenção por parte do município foi criada na última reunião do Conselho Estratégico Empresarial uma equipa de trabalho que terá como objetivo definir as linhas gerais de um plano de ação a implementar no município.
Em resultado da falta de políticas que promovam o ensino profissional, hoje Portugal vive um problema muito sério com falta de recursos que possam responder às necessidades das empresas e com elevado impacto na realidade económica do país.
A falta de recursos humanos é hoje uma realidade em todos os sectores empresariais, inclusive no próprio sector social.
Por exemplo, o Ensino técnico profissional das escolas tem de estar alinhado com as necessidades das empresas dos respetivos territórios. Um aluno que termine o seu curso profissional no 12º ano, tem de encontrar uma oportunidade de emprego no seu concelho. Ora isto será verdade se a Escola formar tendo em conta o que existe no concelho.
E neste particular as Câmaras Municipais têm um papel decisivo nesta matéria e julgo que, embora ainda falta muito por fazer, a Câmara Municipal de Alenquer está no caminho certo.
Revista M: Que investimentos estão previstos para apoiar a MCG e outras indústrias/grandes empresas do concelho de Alenquer?
Na minha opinião, o maior investimento que a Câmara pode fazer no seu tecido empresarial é estar sempre disponível para o ouvir e disponibilidade para o acompanhar, tentando deste modo ser um parceiro ativo e participativo. Neste propósito, julgo que a Câmara Municipal tem feito um trabalho positivo.
É através deste trabalho de proximidade que sentimos as dificuldades que as empresas sentem para encontrar trabalhadores com determinadas competências, e como falei anteriormente estamos a trabalhar com o propósito de se encontrarem soluções.
A criação de um regulamento de apoio ao investimento é também um exemplo de como a Câmara pretende ser parceiro do seu sector empresarial. Perante um determinado investimento no nosso território, e considerando este regulamento, a Câmara pode hoje conceder benefícios ou isenções fiscais ou mesmo, de acordo com a tipologia de investimento, conceder apoios financeiros não reembolsáveis.
Outro objetivo que pretendemos concretizar é a criação de um hub tech. Trata-se de um projeto que está desenhado nas seguintes dimensões: empreendedorismo qualificado, formação profissional e o intra-empreendedorismo, com forte ligação às universidades.
Revista M: Que melhorias estão previstas nos próximos anos para as áreas e núcleos industriais e empresariais na freguesia do Carregado?
Efetivamente, este tema é extremamente importante e a Câmara Municipal tem o considerado com a legitima prioridade. Quando se fala em competitividade do sector empresarial não se pode de deixar de pensar em investir nas áreas e núcleos onde estão sediadas as nossas empresas. Este fator acaba por ter um papel bastante importante na competitividade das empresas e, por conseguinte, nos próprios territórios.
E um dos principais investimentos que a Câmara pretende fazer nesta matéria é a criação de uma rede de drenagem dedicada para a Zona Industrial do Carregado, que pode passar pela construção de uma nova ETAR industrial.
Neste momento já foi efetuado um estudo para analisar a tipologia de rede de drenagem e tratamento das águas residuais domésticas e industriais provenientes da zona industrial do Carregado e, em função deste estudo, foram equacionados vários cenários de investimento com a respetiva estimativa orçamental. São investimentos muito significativos e sem o apoio de fundos comunitários torna-se muito difícil a sua concretização.
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