Inovação tecnológica: criação e aplicação de tecnologias novas ou melhoradas, ferramentas, sistemas e processos que trazem avanços significativos ou mesmo disruptivos em vários temas. Envolve a aquisição de conhecimento, a especialização e recursos diversos necessários para se desenvolverem soluções que resolvem problemas, melhoram a produtividade, potencializam o progresso e geram valor.
É em torno deste poderoso conceito, e muito importante para a atividade da MCG, que nos é apresentado o projeto MCG Evolab, o novo centro de inovação e desenvolvimento que está a ser criado na empresa e que pretende ter uma equipa ao serviço de todas as áreas de negócio.
E as condições estão reunidas para o sucesso, tal como explicam António Coelho, Diretor Geral MCG Industry e MCG Transportation, e Rui Marques, o engenheiro responsável pelo projeto.
Em que consiste o MCG EvoLab?
António Coelho: O Evolab é um nome que representa, no contexto MCG, uma equipa transversal às diversas áreas de negócio e que se dedica em exclusivo à inovação tecnológica.
Embora a MCG já tenha um histórico de mais de dez anos em projetos de I&D, o formato existente até aqui pecava um pouco na garantia de um alinhamento perfeito com a estratégia de negócio, o que tornava o processo algo casuístico e desconectado.
Por outro lado, os projetos de I&D anteriores dedicaram-se quase exclusivamente à inovação do produto, relegando de certa forma para segundo plano o desenvolvimento dos processos industriais. O modelo de gestão em que assenta agora o MCG Evolab pressupõe uma abordagem significativamente diferente do que temos vindo a fazer até agora.
Rui Marques: O primeiro passo que estamos a dar é fazer o alinhamento da inovação com a estratégia do mercado. Neste ponto, podemos dizer que o MCG Evolab está focado na procura de
tecnologia e processos ligados a materiais leves (compósitos, fibras, alumínio).
Estes materiais leves são críticos para mercados ligados à mobilidade elétrica, aeronáutica, ferroviário, entre outros, pois permitem o uso de produtos mais leves e, no geral, promovem soluções mais sustentáveis. Consequentemente farão parte do nosso futuro, e trazem muitos processos tecnológicos diferentes dos que habitualmente utilizamos na MCG.
António Coelho: E isto está a acontecer dando a devida importância, também, a questões organizacionais e culturais. A promoção da colaboração entre departamentos, a partilha de conhecimento e a criação de condições para que boas ideias possam ser concretizadas. Este é um dos objetivos, a facilitação interna destes três vetores. Há ainda caminho a percorrer em prol de uma mudança cultural, individual e coletiva.
Que objetivos traçam para este novo projeto?
António Coelho: A definição de objetivos claros para a inovação é um ponto crítico para o processo ter sucesso. No caso do MCG Evolab, o principal objetivo é pesquisar novas tecnologias, validá-las e eventualmente servir de incubadora dessas mesmas tecnologias antes de serem incorporadas nas fábricas.
Um segundo objetivo é o de poder desenvolver e prototipar produtos de aplicações diversas das atualmente servidas pelas nossas áreas de negócio. Neste caso, poderá ser muito provável que a prototipagem utilize igualmente processos e tecnologia novos para a MCG.
Temos ainda o objetivo de ter o MCG Evolab como centro de formação, para que quando os processos passarem para a fábrica os operadores e engenheiros de processo já estarem familiarizados com a tecnologia em causa.
Presume-se que o Evolab seja bastante “aberto” a parcerias externas…
António Coelho: Sim. Nesta segunda década do seculo XXI, uma empresa não sobrevive virada apenas para si própria, e a inovação fica impossível ou muito difícil se assim for. Por isso, no plano
de trabalhos do MCG Evolab está claramente definida a necessidade de promover o contacto com entidades exteriores diversas (parcerias industriais, com universidades e especialistas, etc) quer diretamente, quer pela presença em feiras de tecnologia e inovação.
Como consequência desta “abertura” asseguraremos a nossa atualização sobre tecnologias emergentes e diferenciadoras, bem como o nosso conhecimento das tendências e dinâmicas do mercado.
Que tipos de projetos estão no EvoLab?
Rui Marques: Temos um portfólio muito interessante de projetos em curso, quer relacionados com tecnologia quer com produto. No primeiro caso estamos a identificar e a validar duas tecnologias
que nos permitiriam reduzir os custos de produção de forma significativa.
A primeira ligada ao tema da robotização da soldadura e o outro ligado à robotização do afagamento propriamente dito. No caso do produto, estivemos a montar o terceiro protótipo da cabina de um novo elevador da TK Elevator, uma estrutura totalmente executada em alumínio e que foi entregue antes do Natal de 2023. Este produto é extremamente complexo pelo número de peças, tolerâncias e processos especiais envolvidos.
Por outro lado, estamos em discussões avançadas com diversos parceiros tecnológicos de forma a conceptualizar e a formalizar um projeto que juntará a inovação dos processos a novas
tecnologias de produção e à inovação de produto. Esperamos estar em condições de submeter uma candidatura ao P2030 já nos primeiros meses de 2024 e, se aprovada, ainda poder iniciar o projeto na segunda metade do ano.
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